A inclusão de alunos com
necessidades especiais no ensino regular é lei e deve ser um direito garantido a
todas as pessoas que dela necessitem. Infelizmente, a escola, muitas vezes não
está preparada para atender estes alunos, como afirma o Governo Federal em suas
propagandas “enganosas”. E quando digo que a escola não está preparada, é em
todos os sentidos que me refiro: questões de acessibilidade (estruturas físicas
inadequadas), questões pedagógicas (como trabalhar com estes alunos, mesmo
tendo professor de apoio), mas principalmente, o preconceito, maior barreira
encontrada na escola. "É apenas com o coração que se pode
ver direito; o essencial é invisível aos olhos." (Antoine de Saint Exupéry).
Na maioria das escolas, é
visível a falta de apoio que há em atender crianças que tenham necessidades
especiais. Penso que isso se deve ao fato de que para atendê-los é preciso sair
do comodismo, buscar estratégias diferenciadas, adaptar materiais e adaptar-se
ao novo, fato que é difícil, pois mudanças exigem novas posturas e traz
inseguranças. A escola ainda acredita que só os portadores de necessidades
especiais são diferentes, e tratam todos os outros como “normais” e “iguais”,
fato que não é verdadeiro, porque todos tem suas especificidades. "Quando
perdemos o direito de ser diferentes perdemos o privilégio de sermos
livres". (anônimo)
É preciso pensar a escola como um espaço para a construção
da cidadania, para a socialização, valorização e respeito mútuo. Estes valores
vão além de ensinar simplesmente o código escrito e por isso, a escola que se
propõe a possibilitar a formação para a cidadania deve ter, por pressupostos
teóricos fundamentais, a gestão democrática, a autonomia da escola e a
construção coletiva do Projeto Político-Pedagógico. Vemos, assim, a escola como
cumpridora de sua função social, seu verdadeiro papel político-institucional,
afirma Ferreira (2000, p. 304).
A gestão democrática da educação é,
hoje, um valor já consagrado no Brasil e no mundo, embora ainda não totalmente
compreendido e incorporado à prática social global e à prática educacional
brasileira e mundial. É indubitável sua importância como um recurso de participação
humana e de formação para a cidadania. É indubitável sua necessidade para a construção
de uma sociedade mais justa e igualitária. É indubitável sua importância como fonte
de humanização. (FERREIRA, 2000, p. 167)
E pensando na perspectiva contemporânea de
administração escolar é preciso ter respaldo na participação de todos os
integrantes da escola, podendo, assim, construir coletivamente a cidadania, constituindo-se
na gestão democrática.
Gestão é administração, é tomada de
decisão, é organização, é direção. Relaciona-se com a atividade de impulsionar
uma organização a atingir seus objetivos, cumprir sua função, desempenhar seu
papel. Constitui-se de princípios e práticas decorrentes que afirmam ou desafirmam
os princípios que as geram. Estes princípios, entretanto, não são intrínsecos à
gestão como a concebia a administração clássica, mas são princípios sociais,
visto que a gestão da educação é responsável por garantir a qualidade de uma
“mediação no seio da prática social global” (SAVIANI, 1980, p. 120), que se
constitui no único mecanismo de hominização do ser humano, que é a educação, a
formação humana de cidadãos. (FERREIRA, 2000, p. 306-7).
A escola deve ser para todos, independente de classe
social, crença, cor ou capacidade física ou mental. Não é o professor ou
administrador que vai decidir ou escolher se quer trabalhar com este aluno.
Simplesmente é um direito dele que seja respeitado e valorizado na escola em
que está inserido e é ela que vai possibilitar a formação do humano. Arroio (2005)
enfatiza que não nascemos humanos, mas nos tornamos humanos na presença de
outros humanos.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Blog: Deficiência e Inclusão Social.
Disponível em http://deficienciavisualsp.blogspot.com.br/2009/04/blog-post.html. Acesso em
07/04/12